Grafologia: o que é e como funciona a análise de caligrafia
Você já parou para pensar o que a sua caligrafia pode entregar sobre a sua personalidade?
Pode até parecer difícil de entender, mas é mais ou menos isso que a grafologia se propõe a estudar.
Você sabia, por exemplo, que a inclinação da sua letra, o tamanho e a ligação entre um caractere e o outro podem dizer se você é mais introvertido ou extrovertido? Mais cauteloso ou impulsivo?
Por isso, cuidado: a sua assinatura em um contrato pode revelar muito mais informações que o fechamento de algum acordo ou parceria.
Mas fique tranquilo, nós vamos explicar alguns detalhes sobre essa técnica que se dedica a interpretar o modo como escrevemos.
Não deixe de ler até o final para descobrir tudo sobre grafologia.
Boa leitura!
Grafologia é um estudo não científico que defende a escrita como mais do que uma forma de comunicação, mas também uma demonstração inconsciente da personalidade das pessoas.
Segundo especialistas, a mente humana, ao passar o comando de escrever para a mão, emite junto sinais escondidos, que remetem a traços do nosso jeito de ser.
Assim, as mensagens ocultas poderiam trazer experiências vividas lá atrás, traumas antigos e até características comportamentais.
Como é praticamente impossível duas pessoas terem a mesma caligrafia, especialistas na área podem definir, a partir dos elementos já citados, traços de personalidade das pessoas submetidas a testes grafológicos.
Quer entender como isso é feito?
Os grafólogos se baseiam em vários aspectos da escrita para fazer sua análises. E não tem nada a ver com a ideia de letra feia ou bonita.
Veja que aspectos são levados em conta na hora de avaliar a caligrafia de alguém:
Um dos elementos analisados é a inclinação das palavras.
Existem, basicamente, quatro tipos de estilos quanto o ângulo da escrita: para esquerda, para direita, reta e variável.
Diz respeito ao tamanho das letras e pode ser dividido em pequena ou grande.
Analisa a conexão entre letras e palavras e também a ligação com a linha abaixo da escrita.
São avaliados os seguintes pontos: letras ligadas, letras desligadas, palavras ligadas, letras agrupadas e espaço entre linhas e palavras.
Tem a ver com o quadrante em que a pessoa escreve, o espaço entre linhas.
Esse quesito, pode ser dividido em: zona superior, média e inferior:
A distância de uma palavra para a outra remete ao grau de relação que você estabelece com as pessoas.
É separada em escrita larga, longa e comprimida.
Quando você escreve em uma folha sem linhas, suas palavras conseguem se manter na horizontal? Ou acabam subindo ou descendo?
A direção pode ser dividida em: ascendente, horizontal e descendente.
A forma da escrita, talvez seja a característica que mais entregue a personalidade de alguém.
Dividida em artificial, retocada e caligráfica, ela mostra como a pessoa lida com determinadas situações
Você pode pensar como algo que é estático, como a escrita, pode ter sua velocidade medida? Mas ela pode ser definida como lenta, moderada e rápida.
Essa categoria não tem subdivisões, mas é importante prestar atenção em alguns detalhes.
Por exemplo, uma pessoa dá menos destaque ao nome do que o sobrenome pode indicar baixa autoestima, pois parece existir vergonha até do seu próprio nome.
O contrário pode indicar que ela teve uma infância feliz, época em que os indivíduos são chamados somente pelo primeiro nome.
Já a assinatura ilegível, a tal ponto que não dá para entender uma letra sequer, pode ser sinal de dissimulação. A pessoa quer passar por alguém que não é e, por isso, esconde o próprio nome.
Tem algumas letras que merecem uma atenção especial na hora de analisar grafologicamente a caligrafia.
É o caso do “T” e do “M”:
Quando a haste vertical é muito alta, a grafologia entende como um sinal de vaidade.
Agora, se o traço horizontal que corta o vertical é muito baixo, significaria autoestima em baixa.
Primeira perna do “M” maior que as outras, segundo a grafologia, transparece coragem e orgulho.
Já a letra “M” emendada, como se fosse uma mola, seria sinal de infidelidade e tendência à mentira.
Letras mais arredondadas denotam uma personalidade tranquila e com facilidade de adaptação ao meio.
Já letras mais anguladas, por outro lado, revelam rigidez e inflexibilidade.
Você observou vários elementos que podem ser analisados em uma análise grafológica.
Cada pequeno detalhe pode entregar algum traço da sua personalidade, de acordo com essa técnica.
Agora, tudo vai depender da razão pela qual a avaliação da caligrafia de alguém está sendo feita.
Ela pode ser encarada como uma brincadeira entre amigos ou com um rigor que uma investigação forense exige.
Não é levada muito a sério, pois se sabe que a metodologia tem diversas exceções e não pode ser encarada com rigor científico.
Mas se você quer se divertir com os amigos e tentar adivinhar elementos comportamentais deles, não tem problema.
A brincadeira está garantida e aqui vão algumas dicas para tornar esse passatempo um pouco mais interessante:
Ao contrário da grafologia tradicional, a análise forense não procura encontrar traços de personalidade em mensagens escritas.
O seu objetivo é identificar características mais substanciais de suspeitos, como gênero e idade, por exemplo.
Esse sistema é muito usado em casos de fraudes e falsificações.
A principal diferença entre o método tradicional e este é que o forense se baseia na comparação.
Se um documento foi falsificado, por exemplo, eles recorrem ao banco de dados de crimes desse tipo e comparam semelhanças e diferenças entre a caligrafia do suspeito do crime sob investigação com os demais já encerrados.
São estabelecidos parâmetros de análise para verificar as paridades.
Assim, é possível avaliar alguns elementos e descartar ou incluir possíveis suspeitos.
Vale ressaltar que, independentemente do método que você utilizar, pode ser que haja falhas ou equívocos na interpretação da caligrafia.
Isso pode acontecer, sobretudo, quando a pessoa está sob efeito de drogas lícitas ou ilícitas.
A letra dela pode mudar pela ausência das suas faculdades mentais ideais.
Existem muitas formas de aplicar um teste de grafologia.
Uma das mais comuns é entregar uma folha em branco e pedir para o analisado escrever livremente no espaço.
Enquanto o raciocínio vai dar conta do conteúdo da mensagem em si, o seu subconsciente é que vai deixar as marcas no papel.
Cada letra, palavra e linha preenchida tem um significado, como vimos.
A questão não é ter uma letra bonita ou um “garrancho”. A estética não conta tanto, pois as informações estão nos pequenos detalhes.
Embora não tenha embasamento científico comprovado, a grafologia é usada de diferentes maneiras.
Entre as mais comuns estão a área criminalista, com as análises forenses, a avaliação psicológica, com testes grafológicos, e processos seletivos, com a observação caligráfica.
Em relação aos transtornos mentais, por exemplo, alguns especialistas defendem que o destaque excessivo em letras maiúsculas, com desenhos e floreios, e a falta de padrão quanto ao espaçamento, forma e direção das palavras, podem indicar esquizofrenia – mas é claro que esse único fator é incapaz de definir o diagnóstico.
Desde muito cedo, a escrita ocupava o imaginário humano e já era passível de interpretações.
No século II a.C., na Grécia Antiga, o
filósofo Demétrio dizia que as palavras nada mais eram que o reflexo da alma das pessoas.
No entanto, a escrita foi estudada mais a sério somente milhares de anos depois.
O primeiro livro sobre grafologia foi editado no século XVII, na Itália.
“Trattato come da una lettera missiva se conoscono la natura e qualitá dello scrittore”, do médico Camillo Baldi, teve o pioneirismo em relacionar escrita com personalidade.
Mas podemos dizer que foi somente no século XIX, na França, que a grafologia realmente ganhou forças e passou a ter mais espaço.
Foi na terra da Torre Eiffel que as obras “Os mistérios da escrita – arte de julgar os homens com base em seus autógrafos” e “O sistema da grafologia” foram lançados por Jean Hippolyte Michon e se tornaram leituras obrigatórias para o tema.
Na mesma França, o desenvolvimento da grafologia fez com que Edmond de Solange Pellat criasse as quatro leis da escrita, que consistem em dizer que o grafismo é individual e inconfundível.
Em um corpo são com uma mente sã, o cérebro manda uma mensagem para os músculos, que direcionam as mãos para a escrita.
O comando é dado pelo cérebro, mas a ação de escrever é natural e ninguém percebe os pequenos detalhes da produção.
É o chamado automatismo gráfico.
De modo contrário, o esforço em escrever de forma consciente pode quebrar a espontaneidade do ato.
É assim que, por exemplo, acontecem as falsificações de assinaturas e documentos.
Recorremos a traços de escrita mais simples quando temos qualquer dificuldade para configurar a ação.
Seja um problema físico com o objeto de escrever ou o apoio para tal.
Michon pode ser considerado o pai da grafologia, mas, desde sua época, ele já contava com diversas críticas quanto às suas interpretações.
Pensamentos contrários que, com o passar do tempo, não cessaram. Pelo contrário, só cresceram.
As principais desaprovações quanto ao estudo estão em sua falta de embasamento científico e, por conta disso, na dificuldade de provar que os resultados são reais.
Com ou sem embasamento científico, a verdade é que grafologia tem sido aproveitada em diversos ramos, como já mencionado.
Entre eles, está o processo seletivo, no qual a técnica pode servir como um complemento da entrevista, por exemplo.
Já imaginou perder uma vaga de emprego por conta da sua caligrafia?
Se você quer ter certeza de que está contratando o candidato certo, o ideal é utilizar outras ferramentas aliadas ao teste grafológico, para oferecer mais subsídios para a sua escolha.
Um bom complemento para o teste grafológico são as análises de perfil comportamental.
Baseadas em métodos comprovadamente eficazes, essas avaliações colaboram para que o concorrente com as habilidades mais compatíveis com o cargo seja admitido.
Como saber quais colaboradores têm capacidades a serem aprimoradas? E quais dessas qualidades precisam de um upgrade?
A partir da grafologia, é possível ter uma primeira visão sobre quais são os pontos fracos e fortes de cada profissional e, assim, determinar quais as próximas ações a serem desenvolvidas.
“Mas como dar esse próximo passo?”, você deve estar se perguntando.
A dica é recorrer à metodologia de coaching, focada em desenvolvimento humano.
Um dos seus pilares é o autoconhecimento, que permite antes olhar para dentro e identificar comportamentos e características.
Esse processo permite fazer escolhas mais assertivas, que conduzem à realização dos objetivos traçados.
Como vimos, a grafologia defende que a caligrafia esconde muito de nossos traços.
Há quem defenda esse modelo de análise e também aqueles que são decididamente contrários.
Independente de qual for a sua opinião, vale lembrar que o coaching é sempre uma alternativa não só para identificar padrões comportamentais, mas principalmente para desenvolver o máximo aquelas competências que podem fazer a diferença na sua rotina.
Tudo isso a partir de técnicas que possuem embasamento científico, é claro, e que são reconhecidas no mundo todo.